quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Olhos Nos Olhos

Chico Buarque

Composição: Chico Buarque

Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci
Quando você me quiser reverJá vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos
Quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando
Me pego cantando, sem mais, nem por quê
Tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você
Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos
Quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A Multiplicidade do real

"Que existe mais, senão afirmar a multiplicidade do real?A igual probabilidade dos eventos impossíveis?A eterna troca de tudo em tudo?A única realidade absoluta?Seres se traduzem.Tudo pode ser metáfora de alguma outra coisa ou de coisa alguma.Tudo irremediavelmente metamorfose!"

Paulo Leminski Filho
Sêmen

Foi um sêmen plantado com meu nome nos antigos rincões da mata virgem. A raiz, de tão dura, ninguém come, porque nela plantei a minha origem. Ensinar o caminho eu não sei. Das mil vezes que lá passei, nunca pude guardar o seu desenho. Como posso saber de onde venho, se a semente profunda não toquei?Como posso saber a minha idade se meu tempo passado não conheço? Se a lembrança não tem capacidade, como posso me ver desde o começo? Se não olho pra trás com claridade, que futuro obscuro aguardarei?Como posso saber de onde venho se a semente profunda não toquei?Tantos povos se cruzam nessa terra, que a roleta dos genes nunca erra: o mais puro padrão é o mestiço. Como posso pensar ser brasileiro, enxergar minha própria diferença, se olhando ao redor vejo a imensa semelhança que liga o mundo inteiro? Como posso saber quem vem primeiro, se o começo eu jamais alcançarei?Como posso saber de onde venho se a semente profunda não toquei?

Braúlio Tavares e Siba
A Mulher

"O mistério da mulher está em cada afirmação ou abstinência, na malícia das plausíveis revelações, no suborno das silenciosas palavras."

Henriqueta Lisboa
"O anarquista que há em mim se junta com o ingênuo que há em você e propõe: "vamos fazer uma República Utópica?". O princípio da realidade passa com a sirene aberta,pára e nos autua em flagrante."
Alex Polari